Eleições Nacionais 2014
Boletim
sobre o processo político em Moçambique
Número EN
55 - 13 de Outubro de 2014
=========================================
Editor: Joseph Hanlon (j.hanlon@open.ac.uk)
Publicado por CIP e
AWEPA www.cip.org.mz/election2013 e bit.ly/ElecNac
O
material pode ser reproduzido livremente, mencionando a fonte.
=========================================
ACÇÃO COLETIVA
: Este
boletim é baseado em reportagens de mais de 150 jornalistas, que se encontram
em quase todos os distritos, trabalhando como uma equipa para dar a cobertura
das eleições mais completa e actualizada. Este ano, iremos trabalhar em
parceria com o Fórum Nacional de Rádios Comunitárias (FORCOM) e a Liga dos
Direitos Humanos.
=========================================
Para as notícias mais quentes
sobre as eleições, siga-nos no Facebook:https://www.facebook.com/CIP.Eleicoes
=========================================
Ambiente
calmo caracteriza
último dia de campanha
- Excepto Nampula
O último dia de campanha eleitoral, a
excepção de Nampula, foi caracterizado por um ambiente calmo e festivo, onde os
principais partidos se desdobraram-se em acções de propaganda eleitoral,
caracterizadas por desfiles e Comícios de encerramento da Campanha, segundo
reportaram 65 nossos correspondentes no terreno. Em geral, apenas os três
principais partidos têm feito campanha, e pouco se viu dos 27 partidos menores.
Polícia usa gás lacrimogêneo
antes do comício de Dhlakama em Nampula,
após dia de confrontos
A polícia
lançou gás lacrimogêneo contra a multidão antes do início do último comício do
candidato presidencial da Renamo, Afonso Dhlakama, no Estádio 25 de Setembro,
em Nampula. Isto ocorreu cerca de meia hora antes do início do comício, de
acordo com o nosso jornalista nesta cidade. Algumas pessoas foram atingidas e
fugiram para os locais próximos, como são os casos do prédio Lopes e o quintal
da Igreja do Nazareno, mas a maioria ficou para o comício que iniciou com duas
horas de atraso.
Ivone Soares, deputada da Renamo e que também foi atingida pelo gás, disse:
“Felizmente os jornalistas puderam ver em primeira mão aquilo que está a
acontecer."
Um membro da PRM disse a nosso jornalista no lugar que “as ordens para disparar
contra as pessoas vieram da chefia máxima da corporação. Nós apenas viemos
cumprir”. Minutos depois um carro da Polícia de Trânsito passou do local e, com
recurso a microfones apelou a calma da população.
Isso ocorreu depois de uma manhã onde se registaram escaramuças entre
simpatizantes da Frelimo e da Renamo, que resultou na detenção de 11 pessoas e
pelo menos 15 pessoas feridas deram entrada no Hospital Provincial de Nampula
(HPN), das quais uma em estado grave. "Na manhã de hoje (Domingo), membros
da Renamo espalharam-se pela cidade e praticaram atos de violência,
arremessando pedras contra carros e pessoas", disse o porta-voz da
Polícia, referindo-se ao "comportamento selvático".
AIM relatou que militantes de Renamo percorreram a cidade agredindo cidadãos trajados
de camisetes e bonés da Frelimo, obrigando-os a tirar as camisetes da Frelimo.
AIM disse que em Nacala-Porto, também ocorreram escaramuças entre os apoiantes
da Renamo e da Frelimo, com registo de feridos e viaturas danificadas.
Não houve outros relatos de violência ou má conduta no último fim-de-semana da
campanha.
Partidos não conseguiram
recrutar MMVs suficientes
Os três principais partidos, não foram
capazes de recrutar os mais de 17.000 MMVs previstos, por partido. De acordo
com a lei revista, os três principais partidos têm o direito de indicar uma
pessoa como membro de mesa de votação (MMV). Isto em adicção ao direito de ter
um observador do partido em cada assembleia de voto.
Houve duas sessões de formação para os MMVs indicados pelos partidos, mas nem
mesmo a Frelimo, conseguiu enviar o número suficiente de pessoas para a
formação, e há grande défice nos números do MDM e Renamo.
No sistema eleitoral moçambicano, para garantir um maior controle contra a
fraude é necessária a presença de pessoas dos partidos nas assembleias de voto.
A indicação de MMV´s pelos partidos, foi vista como uma forma de reforçar a
fiscalização. Mas este sistema não irá funcionar se os partidos da oposição não
forem suficientemente bem organizados, com capacidade de recrutar um grande
número de pessoas.
Em algumas cidades
Quelimane: A campanha eleitoral terminou sem
sobressaltos, segundo o balanço preliminar dos órgãos de administração
eleitoral, durante este período, não deu entrada nenhuma queixa sobre ilícitos,
nem casos de violência.
O ambiente na hora de encerramento último Domingo (12) foi de festa, com todos
os partidos a optar por desfiles que culminaram com discursos de expressão de
esperança de vitória na votação de quarta-feira.
Depois da última comunicação com os eleitores em comícios e contactos de rua,
alguns partidos permaneceram em ambiente de convívio com músicas de exaltação
de seus candidatos durante a noite, tal é o caso de algumas brigadas da
Frelimo, que usando aparelhagem sonora das respectivas viaturas, ainda se
juntaram para dançar e beber, mas sem causar incómodo.
No terreno estiveram seis partidos políticos, nomeadamente a Renamo, Frelimo,
MDM, que começaram logo no primeiro dia, para além do PDD/AD, que se juntou ao
trabalho de caça ao voto, 15 dias depois.
Na última semana, entraram outras duas formações políticas, todas concorrentes
as legislativas e Assembleias provinciais. Tratam-se de ALIMO e PAZS, este
último marcou presença apenas em termos de panfletos afixados em determinadas
artérias da cidade.
Cuamba, (Niassa): No encerramento da campanha eleitoral, ontem,
os partidos Frelimo e MDM, escolheram o Bairro de Rimbane para a realização do
comício popular, houve cruzamento de caravanas mas não houve incidentes. A
Renamo, realizou desfiles pelas ruas e realizou o fecho da campanha na sede da
sua delegação distrital.
Quinze dias após o início da campanha, apareceu em Cuamba, o partido PRDS, que
apenas concorre para as legislativas e assembleia provincial, tento realizado
acções de campanha por apenas 7 dias.
Os 43 dias de campanha eleitoral, em Cuamba, a
campanha eleitoral decorreu num ambiente calmo e ordeiro, segundo o balaço dos
delegados políticos e mandatários dos partidos políticos em Cuamba,
designadamente Pascoal Nacoma da Renamo, Francisco Cristiano Taimo da Frelimo e
Juvêncio Azevedo do MDM, que reconheceram a existência de casos de ilícitos
durante a campanha, mas consideraram não terem sido de grande vulto.
Maxixe (Inhambane): O encerramento da campanha eleitoral ocorreu
num ambiente pacífico.
No último dia da campanha eleitoral, a Frelimo privilegiou um comício que
decorreu na praça 25 de setembro e, mais tarde, quando eram 17 horas uma
caravana que percorreu quase todos os bairros da autarquia da Maxixe. O comício
foi orientado pelo antigo governador de Inhambane, Francisco Pateguane.
Por seu turno, a Renamo dedicou o ultimo dia para a formação dos delegados de
candidatura e, mais tarde realizou marchas pelas principais artérias da cidade.
Enquanto isso, o MDM organizou um desfile, tendo, os seus militantes escalado
Manhala e Chicuque.
Em Maxixe apenas três partidos políticos, nomeadamente, a Frelimo, a Renamo e o
MDM estiveram envolvidos durante todos os dias de campanha eleitoral.
Enquanto isso, o PDD fez uma campanha que se resumiu apenas na colagem de
panfletos. Mocuba (Zambézia) A campanha eleitoral decorreu sem graves
incidentes.
A Frelimo encerrou com um comício popular, no centro da cidade de Mocuba,
depois de um desfile pelas principais artérias de Mocuba. A Renamo, fechou a
campanha eleitoral, com um convívio na sede do seu partido.
Entretanto, o Movimento Democrático de Moçambique evitando colisões com outros
partidos encerrou a sua campanha eleitoral no Sábado, na sua sede, no bairro
CFM.
De um modo geral a campanha decorreu sem graves incidentes, com a excepção dos
confrontos entre militantes da Frelimo e do MDM, ocorridos no passado dia 8 de
Outubro, que culminaram com a detenção de dois cidadãos, simpatizantes do MDM.
Até ontem (Domingo 12), estes cidadãos continuam encarcerados nas celas do
Comando Distrital da Policia da República de Moçambique. Por outro lado todos,
os partidos políticos queixaram-se da destruição dos seus panfletos.