Por Jeremias Vunjanhe
22.10.2014
A Comissão
Provincial de Eleições de Tete divulgou na madrugada de hoje, 22 de Outubro de
2014, por volta das 2 horas, os resultados do apuramento intermedio. Dados do
Edital do apuramento intermédio provincial indicam que para as presidenciais,
num universo de 971.644 de total de inscritos, 530.953 eleitores exerceram o
seu direito de cidadania dos quais 471.315 foram validamente expressos, 29.222
em branco e 32.174 nulos. O candidato da Renamo Afonso Dhlakama lidera a
contagem com 231.972 votos contra 218.850 votos de Filipe Nyusi da Frelimo e
20.993 de Daviz Simango do MDM. Feitas as contas constata-se que há
discrepâncias entre o número total de votantes e o somatório dos votos obtidos
por cada um dos três candidatos com os votos em brancos e votos nulos. Isto é:
530.953 votantes divergem com 532.711 votos
(231.972V+218.850V+20.993V+29.222V+32.174V=532.711V). Quer isto dizer que a
Comissão Provincial de Eleições de Tete contabilizou 1.750 votos a mais cuja
proveniência não foi justificada na acta de apuramento provincial para a
eleição do Presidente da Republica-PR datada de 21 de Outubro de 2014 onde não
costa nada.
Na Assembleia
provincial ondem concorrem quatro partidos políticos, num universo de 533.648
votantes dos quais 39.518 votos em branco e 29.803 votos nulos, a Frelimo
lidera a contagem com 216.366 votos dos 642.575 votos validamente expressos
contra 213.970 da Renamo, 31.610 do MDM e 629 do PDD/AD. Aqui também há
discrepâncias gritantes entre o número total de votantes e o somatório de votos
obtidos pelos quatros partidos concorrentes com os votos em brancos e votos
nulos que não foram detetadas pela Comissão Provincial de Eleições de Tete
incluindo os partidos políticos. Ora vejamos: 533.648 votantes divergem com o
somatório de 462.575VE+39.518VB+29.803VN=531.896 Votantes. Feitas as contas
constata-se que há 1.752 votantes que não foram contabilizados pela Comissão
Provincial de Eleições de Tete.
Nota: Há problemas sérios e gravíssimos nas
contas e nos números que estão sendo divulgados nestas eleições quer ao nível
das mesas assim como no apuramento distrital e provincial. O Secretariado
Técnico de Administração Eleitoral, a Comissão Nacional de Eleições da
República de Moçambique, os Partidos Políticos sobretudo a Renamo e o MDM podem
e devem fazer uma nova contagem de todo este processo para que a nossa
democracia não seja sequestrada pelo banditismo eleitoral que nos matem refém
de um partido e seus candidatos o Povo não têm votado. Falhas nas contas tão
simples como estas são inaceitáveis para um Pais que realizam as quintas
eleições gerais e presidências. Aliás, será que o STAE, a CNE e os partidos
políticos recrutaram os graduados do novo currículo escolar para não detetar
falhas tao elementares como estes mas de proporções gravíssimas? E os meus
companheiros jornalistas oque andam a fazer? Muita pena que muitos deles não
estudaram a matemática e estatística. Agradeço a um jornalista que comigo
estudou estatística e matemática na escola de Comunicação e Artes da
Universidade Eduardo Mondlane por me ter alertado para estas irregularidades.
“É só para ver
quão há problemas em quase todos os resultados divulgados, uma pena que ninguém
se interessa em calcular. Podes crer que se pegarmos todos os dados, haverá
muitos problemas e irregularidades” comentou.
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