sexta-feira, 24 de maio de 2013

Comunicado de Imprensa Pela Greve do Pessoal Médicos e Profissionais de Saúde


 
 
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Comissão Nacional dos Direitos Humanos

 

Comunicado de Imprensa

Pela Greve do Pessoal Médicos e Profissionais de Saúde

 

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos acompanha com séria preocupação a greve do pessoal médico e outros profissionais de saúde em alguns estabelecimentos hospitalares do país.

A nossa preocupação ressalta do facto de estarem em causa e em colisão direitos fundamentais dos cidadãos. Por um lado o direito a greve dos profissionais em causa e, por outro lado o direitodos doentes a saúde, especialmente o direito a assistência médica e medicamentosa.

Diligências feitas pela Comissão deram conta que embora alguns hospitais tenham recebido suporte por parte do pessoal dos Hospitais Militares, dos Institutos Médios e Superiores de Ciências de Saúde, para além do apoio do pessoal da Cruz Vermelha e cidadãos de boa vontade, a situação continua de emergência e de carência.

Preocupa-nos a situação das crianças nas pediatrias, das gestantes nas maternidades, dos internados nas cirurgias e medicinas, dos doentes nas emergências e nas psiquiatrias.

Também preocupa-nos a situação dos doentes de HIV em tratamento e que dependem da administração diária dos Anti retrovirais.

Todos estes, se não tiverem o atendimento médico e medicamentoso diário correm sérios riscos de perderem as suas vidas.

A Comissão reconhece a delicadeza das questões que se levantam quando direitos fundamentais colidem entre si, entretanto, acredita que nestas circunstâncias, a prioridade deve sempre ser dada aos mais urgentes e inadiáveis, caso do direito a saúde e a vida.

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos recebeu informações sobre intimidações provenientes dos dois lados, tanto dos médicos e outros profissionais grevistas em relação aos não grevistas, como das autoridades hospitalares em relação aos grevistas, algumas delas ameaçando de morte, facto que nos preocupa, na medida emque nessa correlação de forças dos intervenientes, corre-se o risco de fechar-se a nobre porta para a continuação de um diálogofranco e frutífero.

Estamos cientes que o diálogo não cessa enquanto não se chegar a uma solução. Há sempre possibilidade de diálogo enquanto não se encontrar um elo de consenso. Por isso apelamos que se encontrem urgentemente mecanismos que contribuam para o termo desta greve que em muito prejudica os cidadãos moçambicanos que carecem grandemente da assistência médica e medicamentosa.

Por um Moçambique com mais direitos e livre de violações!

 

Maputo, 22 de Maio de 2013

 

Custódio Duma

Presidente da CNDH

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