Moçambique está a escassos dias de comemorar o 25 de Junho – Dia da
Independência Nacional. No entanto, esta data tão importante será comemorada no
meio de banho de sangue e de mortes onde nossos irmãos, filhos e amigos estão a
perder a vida face aos ataques armados registados nos últimos dias no país. Estes
últimos acontecimentos constituem muita preocupação e angústia no seio da
sociedade civil uma vez que se traduziram em acontecimentos violentos, que
ceifaram vidas humanas e trouxeram a intranquilidade no seio das comunidades e
da população moçambicana em geral.
As organizações da Sociedade Civil que representam vários extractos
nomeadamente crianças, mulheres, homens, pessoas idosas e outros grupos protestam
contra a violência e todos os atentados à paz, que com muito custo foi
conquistada e vem sendo preservada pelos moçambicanos, mulheres e homens. O
clamor se junta à todas estas vozes! Defendem que não havendo a necessidade de
fazer lembrar a ninguém sobre os males que a guerra dos 16 anos causou aos
moçambicanos e particularmente às mulheres, cujas marcas e feridas nunca
sararam por completo. Carregam duramente as marcas e os traumas das violações
que sofridas, das perdas de filhas e filhos, maridos, irmãs e irmãos, mães e
pais, casas, terras, escolas, hospitais, estradas, valores entre outros
aspectos.
As memórias guardam lembranças de como, em tempos de guerra, as pessoas,
particularmente crianças e mulheres foram sujeitas à violência sexual,
escravatura sexual e laboral e, na maioria dos casos, o processo de paz e
desenvolvimento ainda não conseguiu curar as feridas e fazer justiça à essas
mulheres. O dia 4 de Outubro tornou-se feriado nacional em memória de tudo o quanto
os moçambicanos e moçambicanas viveram nos 16 anos do conflito armado, mas,
sobretudo, para que através desta data se tornassem sempre vivos, actuais e
constantes os esforços pela construção e manutenção da paz entre os
moçambicanos e o Acordo Geral de Paz simboliza este compromisso.
As organizações da sociedade civil, exigem que as divergências políticas
existentes sejam resolvidas por diálogo e por cedências de ambas as partes em
nome da Paz que tanto custou a conquistar. Estas organizações sublinham que nenhum conflito, divergência
ou diferença deve estar acima do Direito a Vida, a Dignidade e a Paz, Direitos universalmente
consagrados e reconhecidos pela Constituição da República de Moçambique.
É neste contexto que as organizações da sociedade civil irão realizar no
dia 24 de Junho, pelas 15h, na Pensão Martins, uma Conferência de Imprensa onde
vão apresentam um posicionamento face a situação e no dia 25 de Junho será a
Marcha como repúdio a violência e um apreço a Paz.
Seguiremos marchando pela Paz
na nossa terra e nos nossos lares!
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